Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram nesta terça-feira (3) o bicampeonato olímpico na classe 49er FX da vela — a terceira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
A vela é a modalidade que mais deu medalhas de ouro para os brasileiros na história das Olimpíadas — foram 8, desde os Jogos de 1980. Mesmo assim, muita gente não está habituada às regras das competições e aos jargões dos velejadores.
Por exemplo, campeonatos de vela consistem em várias regatas — “corridas” — que, ao fim, chegam a uma regata final, a regata da medalha. É uma competição por pontos. Ou seja, nem sempre quem termina em primeiro nessa regata da medalha fica com o ouro. Martine e Kahena chegaram em terceiro nessa última corrida, mas obtiveram a melhor pontuação.
Alguns termos da modalidade, porém, vão além das disputas esportivas e são usados na navegação em geral com veleiros ou outros tipos de embarcações. O G1 consultou a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) e o dicionário Michaelis para entender melhor alguns termos.
Adernar
É o ato de inclinar a embarcação para algum dos lados. Pode acontecer tanto por manobra do velejador quanto involuntariamente por causa do peso dentro do barco.
Barlavento e sotavento
Barlavento é o lado pelo qual chega o vento ou mesmo o lado da embarcação por onde o vento sopra favoravelmente para a navegação. Sotavento é o oposto: é o lado para onde vai o vento.
Bombordo e estibordo
Bombordo é o lado esquerdo da embarcação. Estibordo (ou boreste) é o lado direito.
Cabo
São as cordas usadas para manobrar as velas e, assim, movimentar os veleiros. “Caçar o cabo” significa puxar essas cordas, que podem ser feitas a partir de diversos materiais — de algodão ou mesmo fibras metálicas.
Cambar
Significa mudar o rumo de uma embarcação, passando de um lado (bordo) para o outro. Em veleiros, o velejador faz isso mudando as velas de um lado para o outro.
Carta náutica
É um mapa usado por navegadores que fornece informações sobre profundidades, o desenho da costa, presença de faróis, dados de altitude, das marés, das correntes e até de obstáculos à navegação, como pedras ou mesmo navios afundados. A carta também apresenta dados de magnetismo, para ajudar quem navega com bússola.
Casco
Casco é o nome dado à estrutura física da embarcação, em geral. Mas algumas embarcações, os catamarãs, são bicascos — ou seja, são como se fossem dois barcos unidos em um só.
Genoa
É uma vela em formato triangular, colocada à proa — ou seja, na frente dos barcos, no sentido da navegação. Ajuda a controlar melhor o barco, dependendo da condição do vento: quando ele sopra de lado ou quando está pouco previsível, por exemplo.
Mastro
Barra vertical que sustenta as velas. Também pode ser de madeira ou de metal, dependendo da embarcação.
Milha náutica
Unidade de distância utilizada na navegação. 1 milha náutica vale 1,852 quilômetros.
Nó
Unidade de medida para velocidade utilizada na navegação. 1 nó equivale a 1 milha náutica por hora. Ou seja, 1 nó equivale a 1,852 km/h.
Popa e proa
Popa é a parte de trás do barco. Proa, a parte da frente.
Quilha
Nome da parte de baixo do casco, total ou parcialmente submersa, desenhada para dar estabilidade à embarcação — ou seja, para evitar que o barco vire. O design também ajuda o barco a “rasgar” a água.
Retranca
De metal ou de madeira, é a barra que segura horizontalmente as velas da embarcação. Pode se mover de acordo com a movimentação das velas.
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/03/glossario-termos-vela-e-veleiros.ghtml