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Cerca de 20 mil baleias jubarte devem passar pelo litoral da BA na temporada de reprodução, entre julho e novembro

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Cerca de 20 mil baleias jubarte devem passar pelo litoral da Bahia entre os meses de julho e novembro, quando ocorre o ciclo reprodutivo da espécie. A estimativa é do Instituto Baleia Jubarte, que acompanha há 30 anos o período reprodutivo dos animais, que chegam a medir 16 metros de comprimento e a pesar até 40 toneladas.

 

As baleias são animais migratórios e estabelecem lugares diferentes para alimentação e reprodução. Entre julho e novembro, elas saem da região da Antártida, que passa por um inverno rigoroso, e migram para águas tropicais, que são mais quentes, para poderem se reproduzir. Desde maio alguns animais já começaram a chegar no estado.

 

O maior berço reprodutivo do Atlântico Sul é na região de Abrolhos – que vai do extremo sul da Bahia ao norte do Espírito Santo.

 

Dóceis, as baleias atraem milhares de turistas para regiões costeiras da Bahia, como Praia do Forte, Morro de São Paulo, Itacaré, Caravelas e Salvador.

 

Na última segunda-feira (2), duas baleias foram flagradas dando saltos no mar da Baía de Todos-os-Santos, na altura do bairro da Barra, na capital baiana. Os saltos foram gravados com aparelhos celulares por pessoas que estavam na região e puderam apreciar o “espetáculo”.

 

Conforme Enrico Marcovaldi, um dos fundadores do Instituto Baleia Jubarte, a população de baleias jubarte cresce de 7% a 15% ao ano. “As fêmeas migram para as águas tropicais para ter os filhotes, após um período de gestação de 11 meses. Os machos também vem atrás de parceiras, que estão no período fértil”, destaca.

 

As baleias ficam entre quatro e cinco meses nas áreas de reprodução, até que os filhotes estejam desenvolvidos e possam retornar com as mães para a Antártida.

 

No período reprodutivo, com o acréscimo na quantidade de animais na costa, consequentemente o número de encalhes também aumenta. Um encalhe ocorre quando, por qualquer motivo, estes animais chegam muito próximo às praias ou arrebentação e não conseguem se libertar sozinhos, ou quando chegam já mortos.

 

Segundo Hernani Ramos, pesquisador do Projeto Baleia Jubarte, em 2018 já foram contabilizados na Bahia seis encalhes de jubarte. No ano passado, houve recorde ao serem contabilizados 122 encalhes do animal.

 

Segundo o Instituto Baleia Jubarte, os animais encalham por estarem fracos ou desorientados devido a doenças, ferimentos por colisão com embarcações ou emalhe em redes de pesca.

 

A poluição nos oceanos também pode afetar a saúde dos animais. Ainda segundo a entidade, filhotes que se perdem das mães não conseguem se alimentar sozinhos e podem encalhar.

 

Fonte G1

Foto: Enrico Marcovaldi/Instituto Baleia Jubarte)

 

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Os problemas mais comuns dos motores a Diesel — e como evitá-los

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Visitamos a Escola do Diesel Mack Boring, nos EUA, para aprender um pouco mais sobre esse tipo de motor

O fim de semana chegou e é hora de botar o barco na água. Ansioso, você corre para a marina e deixa tudo pronto para navegar com tranquilidade. Contudo, ao dar a partida, uma pequena surpresa acaba com sua alegria: o motor não liga. Você tenta uma segunda vez e ele continua sem responder. Terceira, quarta, quinta tentativa… nada! Uma busca é iniciada para desvendar o problema, mas nada é encontrado. De repente, você se lembra que esqueceu de fazer sua revisão periódica. Grande erro, amigoEsse tipo de situação é mais comum do que se imagina, e muitas vezes se resume a um anel de borracha de dez centavos mal-instalado. No entanto, para fazer esse conserto, será cobrada uma conta pra lá de salgada. Grande parte dos problemas acontece exatamente pela falta de manutenção preventiva, já que verificar a condição de equipamentos e peças é a última das preocupações do proprietário.

 

Para me prevenir de futuros problemas – e contas altas –, visitei a Mack Boring, em Nova Jersey, uma das maiores distribuidoras de motores a Diesel marítimos nos Estados Unidos, para conhecer Larry Berlin. Ele é o atual “professor” da marca, e por isso é conhecido como “Doutor Diesel”. Berlin é chamado constantemente para resolver problemas no motor de embarcações por todo o país. Ele também instrui técnicos e ministra aulas voltadas para proprietários. Apesar de ser um cara bacana, você com certeza não vai querê-lo dentro do seu barco. Se Berlin está fuçando na sua casa de máquinas, alguma coisa está muito errada. E sua visita não é nada barata.

 

Mas foi esse cara que me ensinou os quatro aspectos-chaves dos motores Diesel marítimos: lubrificação, refrigeração, eletricidade e combustível.

 

Lubrificação
Cada participante do curso possuía um barco diferente, desde um Lobster Yacht MJM 34 equipado com um motor Yanmar 6LY3 a uma máquina de pesca Viking 42 com um par de motores Cummins a Diesel e Pod Drive Zeus. Em comum, apenas o fato de que todos estavam lá pela mesma razão: entender seus motores.

 

“Barcos não são como carros”, decreta Berlin ao iniciar nossa aula. “O esforço do motor em um barco com casco planante é como se você estivesse subindo uma serra durante o dia todo! Portanto, quem não acredita em manutenção preventiva não se verá livre de problemas”.

 

O óleo é o primeiro e mais importante componente para deixar o motor tinindo. Ligado ao sistema de lubrificação, o óleo não somente reduz o atrito entre as partes móveis, como também é o maior responsável pela manutenção da temperatura dos pistões e cilindros – e não o sistema de arrefecimento. O óleo também atua como um protetor para as paredes dos cilindros, hastes de válvulas e turbo compressores, prevenindo contaminantes e corrosão.

 

Felizmente, o sistema de lubrificação é de fácil manutenção. Troque o óleo e os filtros com base nas horas de uso do motor (ou conforme a recomendação do fabricante) ou, no mínimo, uma vez ao ano. Segundo Berlin, o período para a troca ideal é no outono, pois o óleo velho torna-se ácido e corrói o interior do motor durante os meses de menos uso.

 

Berlin chega a um antigo bloco de motor e puxa a vareta do nível de óleo. Ele aconselha verificá- la antes de cada uso do barco. “Lembre-se que você só deve checar se o nível de óleo está dentro das especificações. A cor e o aspecto não determinam a vida útil do mesmo, somente horas de motor o fazem”, afirma.

 

A primeira providência a ser tomada após drenar o óleo está ligada ao filtro. Troque-o de acordo com as instruções no manual do proprietário e não se esqueça de substituir todas as juntas e os retentores. De acordo com Berlin, um problema comum é a compra do filtro de óleo errado para o motor, o que pode danificá-lo ao restringir o fluxo.

 

Caso seu motor tenha um reservatório externo (cárter seco), siga o trajeto do óleo até o motor. Procure sinais de danos externos ou ferrugem, pois a corrosão e/ou rompimento de um tubo desses podem levar a vazamentos responsáveis por parada do motor em um piscar de olhos.

 

Ainda que a manutenção do sistema de óleo lubrificante em si seja uma tarefa fácil, é ele que, normalmente, menos dá sinais de que há algo errado. Monitore o instrumento que indica a pressão do óleo e não confie apenas naquela luzinha vermelha – que muitos acham inútil – que acende quando a pressão cai abaixo de 7 psi. Outra boa ideia é marcar e memorizar a pressão de óleo que seu motor apresenta em determinados regimes de rotação usuais. Se houver alteração, fique de olho! Não espere os sintomas se agravarem, cuide de seu motor e mantenha caras como Berlin bem longe de sua casa de máquinas.

 

Refrigeração
Esse próximo responsável por problemas no motor não faz parte, tecnicamente, dele. Ao menos, não uma parte que seja coberta pela garantia. “O entupimento do filtro de água de mar é a causa número um de falhas no sistema de arrefecimento do motor”, explica Berlin. Filtros comprometidos impedem que a água do mar resfrie a água do motor, colocando o sistema em risco.

 

Esse sistema é formado por dois componentes básicos. A bomba externa ao motor puxa a água do mar através de um captador externo ao casco e de um registro específico. Normalmente, essa água passa por um refrigerador de óleo lubrificante e, em seguida, por um trocador de calor que resfria a água interna do motor – a famosa “mufla”. No final, a água do mar é injetada no cotovelo de saída do escapamento, onde resfria os gases de escape que estão a mais de 700°C. Eles caem para temperaturas abaixo de 100 °C durante seu caminho para fora da embarcação.

 

O sistema de água doce, por sua vez, é um circuito fechado dentro do motor que circula água com seus aditivos entre os componentes “quentes” da peça, como o bloco de cilindros, o cabeçote e a turbina. Quando um motor frio entra em funcionamento, um termostato regula o fluxo de água até que ele atinja a temperatura ideal, normalmente ao redor de 85°C, e o mantém assim. Em seguida, ele passa pelo trocador de calor. Essa válvula é muito importante, pois um motor que trabalha abaixo da temperatura ideal está sujeito a desgaste e à carbonização excessiva.

 

Durante a discussão com a classe, Berlin exibe uma peça circular de borrachaque parece ter sido atingida por um cortador de grama. É um rotor de uma bomba de água danificado. A falha dos rotores é outro problema que o leva constantemente a socorrer proprietários lenientes de barcos – e cobrar por isso.

 

Um rotor saudável parece uma engrenagem, com aletas de borrachas que se flexionam enquanto a bomba gira. Durante sua vida útil, o material de que são feitos os rotores se desgasta e enrijece a ponto de fazer com que as aletas se rompam. Consequentemente, impedem que a bomba d’água envie a quantidade de água necessária para os motores.

 

Berlin sugere que o rotor seja substituído por um novo conforme a indicação do fabricante ou uma vez a cada início de temporada. Se não quiser trocá-lo, ao menos o remova e o inspecione. Para substituir o rotor, você deve abrir a tampa da bomba e retirá-lo com um sacador de rotor, item parecido com um daqueles saca-rolhas com braços. Esse sacador pode ser encontrado nas boas lojas de equipamentos náuticos. Se tiver sorte, o fabricante do seu barco já instalou a bomba de modo a permitir que faça você essa operação sem desmontá-la. Caso contrário, a bomba terá de ser removida. Contudo, antes de instalar a nova peça, lubrifique o interior da bomba e o rotor com o material fornecido com ele. Ou então, acreditem, use azeite de oliva extra virgem! E nunca use lubrificantes baseados em petróleo, pois normalmente degradam o rotor.

 

Colocá-lo de volta no lugar requer mais atenção do que removê-lo. Cada parafuso no motor – na verdade, cada braçadeira de mangueira –deve ser apertado com um torque específico e uma sequência de aperto. Verifique no manual do proprietário quais são as recomendações quanto ao torque e ao padrão de aperto das porcas. Use um torquímetro para atender às especificações.

 

A manutenção da tampa de pressão do reservatório de expansão é o item mais fácil a ser feito. Ela precisa selar devidamente o reservatório para que a pressão ali gerada aumente o ponto de ebulição da água de 100 °C para 121 °C. Se não, a água no seu motor irá ferver e o sistema superaquecerá. Verifique se a tampa veda bem e se as juntas estão em bom estado. Substitua, se for o caso.

 

Troque também o aditivo para água de radiador a cada dois anos. Utilize apenas aquele com prazo de validade maior e sempre o misture com água destilada na proporção recomendada pelo fabricante.

 

Berlin mostra-nos outros projetos de manutenção mais complicados, como a remoção do trocador de calor para enviá-lo à limpeza, o que deveria ser feito a cada três anos. Em grande parte dos motores, a remoção é um trabalho de três horas que envolve a desmontagem de outras peças e acessórios. Essa retirada não deve ser feita em hipótese alguma por amadores, especialmente no caso de motores de injeção direta e controlados eletronicamente.

 

Berlin volta a falar, então, de atividades compatíveis com nossa capacidade. Ele mostra um velho cotovelo de escapamento com injetor de água, onde gases de escapamento e água salgada são misturados antes de serem enviados para fora da embarcação. Ao olharmos dentro da peça, vemos que ela está praticamente bloqueada por corrosão e material depositado. “Essas peças deveriam ser trocadas a cada três anos, mas ninguém o faz. Nessa hora, todos me chamam!”, brinca.

 

Quanto à refrigeração interna, o termostato deve ser checado regularmente. Ele abre e fecha entre cem e mil vezes por minuto, a fim de regular o fluxo do líquido de refrigeração. Embora extremamente confiáveis, essas peças eventualmente apresentam defeitos. Berlin nos mostra como fazer um teste de campo: remova-o do motor, passe uma linha ou barbante no meio da válvula, segure a parte superior da linha e mergulhe em um recipiente em que possa aquecer a água. Esquente-a gradualmente e, quando a válvula abrir e soltar o barbante, meça a temperatura da água e verifique o tamanho do orifício de abertura. Caso não esteja de acordo com as especificações, substitua-o.

 

Eletricidade
O sistema elétrico CC (Corrente Contínua) é outro item a ser verificado, mas é o que menos pode causar danos a um motor Diesel. Se o sistema elétrico falhar, o motor não vai superaquecer ou fundir, apenas não dará partida. Por outro lado, se o motor não ligar e você estiver à deriva ou a cem milhas do porto mais próximo, vira um problemão!

 

“Conexões frouxas ou sujas são um problema recorrente em sistemas de corrente contínua, porém ninguém as verifica”, ensina. O cabo que vai da bateria até o motor de arranque é fundamental: cheque essas conexões primeiro. Verifique também os fios do interruptor de pressão de óleo (cebolinha), do medidor de temperatura da água e da chave geral das baterias. Qualquer fio envolvido no monitoramento do motor precisa ser checado!

 

Fusíveis muitas vezes são responsáveis por mau funcionamento e devem ser inspecionados. Tenha sempre uma seleção reserva a bordo. Confira também o estado geral do motor de arranque, com atenção especial para um interruptor de partida (solenoide) desgastado ou um Bendix defeituoso.

 

Se checado regularmente, o alternador deixa de ser uma fonte frequente de preocupações, segundo Berlin. “Fui chamado por um proprietário porque suas baterias não estavam carregando e descobrimos que o alternador estava frouxo”, lembra.

 

Verifique se os parafusos que prendem o alternador no lugar estão devidamente apertados. Cheque sempre se as correias são do tamanho e tipo certos para o seu motor e que estejam com a devida tensão. O conselho vale para todas as correias do motor, responsáveis também por um possível superaquecimento se estiverem muito frouxas. Lembre-se de sempre seguir a recomendação do fabricante. Além disso, existem ferramentas específicas que facilitam esse ajuste.

 

Combustível
O combustível é o componente que mais leva Berlin e seu time da Mack Boring a atender a chamadas.

 

Há algumas coisas que podem ser feitas em relação ao próprio Diesel, além de manter o tanque de combustível sempre cheio para evitar ou minimizar o crescimento microbiano e abastecer o barco em postos confiáveis. Por exemplo, utilizar um bom pré-filtro separador de água e aditivos conservantes de combustível como primeira precaução. Caso veja água, drene e ligue o motor novamente. Se aparecer uma segunda vez, seu combustível é ruim ou está contaminado.

 

Na maioria dos motores Diesel, é fundamental o proprietário saber como “sangrar” o motor caso entre ar no sistema de alimentação e o desligue. Localize e solte o parafuso de sangramento (deve haver uma mangueira transparente conectada a ele) e o acione à bomba manual até que saia Diesel, sem as bolhas de ar. Se isso não funcionar, solte a tubulação de injeção nos bicos injetores para fazer as bolhas de ar escaparem por lá até que haja um fluxo constante de combustível.

 

Procure sempre recolher esse óleo Diesel antes que ele caia no porão. Se não for possível e o Diesel vazar, Berlin sugere um jeito para eliminar o cheiro: detergente para lavar louça, de preferência com aromas cítricos! Finalmente, entre as inúmeras dicas do “Doutor Diesel” para evitar a sua presença a bordo, destaco esta: conheça os seus sistemas, aprenda como funcionam e faça ou supervisione você mesmo a manutenção preventiva do seu barco.

Dicas rápidas
1 – Não use correias de motores automotivos; elas não são adequadas para as condições de uma casa de máquinas naval.

2 – Para checar o termostato, passe uma linha pela válvula e coloque-o na água em aquecimento até que ela se abra.

3 – Ao trabalhar com uma chave de soquete, insira um pedaço de papel toalha entre o soquete e o parafuso, travando-o no lugar e impedindo de cair nas profundezas de sua casa de máquinas

4 – Vai desmontar algo? Tire fotos passo a passo com o celular para lembrar-se como montar depois!

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Os outros problemas mais comuns encontrados em chamadas de conserto do motor:

1 – Água, microorganismos ou lodo no combustível

2 – Filtros de água do mar entupidos.

3 – Rotor danificado.

4 – Aditivo para radiadores vencido.

5 – Correias soltas.

6 – Escapamentos obstruídos.

7 – Filtros de combustível entupidos

8 – Alternadores soltos

9 – Conexões elétricas desgastadas.

 

Não faça você mesmo
Saiba onde não mexer durante a manutenção do motor:

Ajustes de válvulas: motores Diesel exigem regulagens periódicas de suas válvulas. A Mack Boring oferece cursos específicos a esse respeito, mas é trabalho muito técnico e que tem consequências desastrosas se feitos de forma incorreta. Melhor deixar isso nas mãos dos profissionais!

Reaperto do(s) cabeçote(s) do motor: os cabeçotes de cilindros devem ser reapertados em intervalos regulares, de acordo com o uso (veja seu manual). É preciso seguir as exatas especificações ou o motor pode ser danificado. Outra situação em que vale a pena pagar por serviços profissionais.

Turbocompressores: eles exigem serviço de profissional, de acordo com as especificações. Melhor deixá-los com o mecânico.

ECM e injeção direta: para motores com controle eletrônico e de injeção computadorizada (common rail), atenha-se aos itens básicos desse artigo e deixe um técnico treinado plugar seu computador no motor e executar os ajustes necessários.

 Fonte: Revista Mariner
Texto: Pete McDonald

Dicas de segurança para SUP

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A primeira delas é: use colete salva-vidas
(Foto: arquivo/Mariner Brasil)

O norte-americano Luke Hopkins, um especialista em stand up paddle com 20 anos de experiência, decidiu remar até Lava Falls, no Grand Canyon – um empreendimento histórico para os esportes a remo. Felizmente, ele foi preparado. “Levei um ‘drysuit’ e um colete salva-vidas, além de sapatos e um capacete”, diz. “Era o momento da minha vida, e foi superdivertido, mas tomei todas as precauções para permanecer seguro.”A guarda-costeira norte-americana reportou que as fatalidades envolvendo esportes a remo — incluindo canoas e caiaques — está crescendo. Em 2016, nos Estados Unidos, foram 15 mortes relacionadas ao stand up paddle.

A maioria desses incidentes não ocorreram em situações extremas, como as enfrentadas por Luke Hopkins. Ao contrário, aconteceram em passeios até então seguros, mas em que o remador estava despreparado. “Se você seguir algumas regras de segurança básicas, pode sobreviver bem sobre uma prancha por toda a vida”, afirma Hopkins.

A primeira e mais importante lição é: use um colete salva-vidas. Em 14 das 15 fatalidades relacionadas ao SUP ocorridas em 2016 nos EUA, a vítima não estava vestindo um. Todos os relatos de incidentes, mesmo os que não resultam em fatalidades, envolvem um remador caindo na água e vendo a prancha se distanciar. “Se você cair da prancha e ela for pega pelo vento, você não conseguirá nadar rápido o bastante para voltar a bordo”, explica Hopkins. “Sem um colete salva-vidas, você estará perdido.”

Se você conseguir recuperar sua prancha, o caráter flutuante do colete salva-vidas facilitará subir a bordo novamente. Naturalmente, perseguir um SUP não será uma questão se a pessoa houver levado em consideração a segundo regra: use um “leash”, também conhecido como corda de segurança. O “leash” é uma corda flexível que une a parte de trás da prancha e o tornozelo, mantendo você conectado mesmo em caso de queda. Mas, mesmo se estivar usando um “leash”, é importante usar o colete salva-vidas.

Hopkins também professa o uso de roupas apropriadas, como “wetsuit” ou “drysuit” (em caso de tempo frio), capacete, em águas agitadas em que há pedras, e sapatos — afinal, você não quer cair da prancha e correr o risco de cortar seus pés em rochas ou outras estruturas afiadas.

Que outras dicas Hopkins sugere? Se possível, reme com um companheiro. É sempre bom ter alguém por perto, caso as coisas saiam do controle. E sempre conte a alguém quando e onde você vai. Se você estiver em problemas e ninguém souber de nada, ninguém virá te ajudar.

Use essas dicas de segurança e aproveite suas remadas ao máximo.

Fonte:Revista Mariner Brasil

Texto: Pete McDonald

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Entrevista: Leilane Loureiro


ESPECIAL | SEMANA DA MULHER

Diretora da Bahia Marina


Baiana, 44 anos, formada em administração com mestrado na área e foco no segmento náutico, Leilane Loureiro está à frente da Bahia Marina – referência nacional como um dos grandes complexos náuticos do país. Na semana do Dia da Mulher, ela conversa com o Mar Bahia e fala sobre os desafios, as conquistas e os 20 anos que a marina comemora em 2019.


“O mercado náutico cresce bastante, mas ainda há um enorme potencial em relação a outros lugares”.


MAR BAHIA – Você é pioneira no comando de uma das maiores marinas do Brasil. Fale um pouco do trabalho que você realiza à frente da Bahia Marina e quando iniciou sua carreira neste mercado.


LEILANE LOUREIRO – Estou na marina desde 1991 e venho acompanhando seu processo até mesmo um pouco antes dela nascer, desde o período de aprovação e obra. Ainda era estagiária, mas estava estudando e acompanhando tudo. Então, desde a implementação da marina, viajava para fazer pesquisa, conhecer as tendências e novidades – o que a gente faz até hoje. A marina opera desde 1999 e hoje já temos uma equipe bem afinada; desde o operacional até a área administrativa, comercial e de atendimento ao cliente. Nosso papel é gerenciar tudo isso e administrar da melhor forma possível, além de acompanhar as tendências e novidades deste mercado.


MB – Em um segmento majoritariamente dominado pelo público masculino, quais são as peculiaridades e dificuldades no desempenho das suas atividades?


LL – Eu sempre lidei muito com o público masculino no meu dia a dia. Nosso grupo também faz gestão de um posto de gasolina, onde também é predominante o universo masculino, a origem da empresa é de construção e incorporação, que também tem predominância masculina…Para dizer a verdade, não vejo muita diferença hoje em dia. No início da implantação da marina, um ou outro questionava um pouco, mas atualmente é mais tranquilo.

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MB – A Bahia Marina segue em contínua expansão, investindo não apenas na ampliação da sua infraestrutura náutica (como a extensão do quebra-mar), como no complexo de lojas e serviços em seu entorno. Fale um pouco sobre este processo de modernização, os planos e novidades previstas.


LL – A gente hoje tem na marina lojas de mergulho, escritórios, de vendas de barcos, restaurantes, loja de moveis, de vinhos, joias, óculos, roupas, lojas de conveniência, então, tem um pouquinho de cada coisa. Isso é que acho o mais legal; você poder chegar lá e encontrar um mix bem eclético. Nosso objetivo é oferecer uma variedade dentro do perfil do público, mas sem que haja uma concorrência predatória. A gente pretende ampliar o píer de vagas molhadas, mas ainda depende de algumas aprovações da União. Com essa ampliação, nossa intenção é trocar a localização do posto de gasolina existente dentro da marina para a ponta do quebra-mar.


“Também temos o projeto de, onde hoje estão as vagas secas, construir um hotel e um espaço em três pavimentos para as vagas secas”.


MB – O assunto é reincidente, mas também inevitável. como avalia o incentivo e as ações realizadas para a promoção do turismo náutico da Baia de Todos os Santos?


LL – Eu acho que há fases. Teve fases, por exemplo, em 2000, que havia bastante incentivo e o país recebia bastante barco de fora. Naquele momento se criou uma lei definindo que o barco estrangeiro poderia ficar mais de 3 meses no Brasil, mas a burocracia para ele vir e ficar é muito grande, inclusive para as marinas. Agora é exigido que a marina fique responsável pelo barco e por todo material e equipamento a bordo, além da documentação do cliente, enquanto ele estiver fora do Brasil. Então, complica um pouquinho. Por exemplo, o cliente vem, deixa o barco, e precisa voltar ao seu pais do origem. Atualmente, a exigência é que a marina se responsabilize por toda a documentação da embarcação, caso contrário, paga uma multa. Então, fica confusa essa legislação em relação ao que era feito antes. Já houve época de recebermos mais estrangeiros na marina, hoje em dia é menos. A gente torce para que haja incentivos para que esse fluxo aumente.


MB – Face a um contínuo crescimento da procura por vagas, qual é a atual estrutura operacional da Bahia Marina?


LL – Hoje temos 400 vagas em água e 200 em seco. Nossa intenção é aumentar, mas a marina não tem muito espaço em terra para fazer esta ampliação.

MB – Dentro deste cenário, e em relação às grandes marinas nacionais e internacionais, qual é a posição e perfil da Bahia Marina?


LL – A gente hoje tem uma estrutura bem organizada e é considerada um dos grandes destinos do Nordeste. No Brasil também estamos bem estruturados. Pela proximidade com os destinos internacionais também somos, estrategicamente, um bom ponto de chegada e partida.


MB – O projeto de lançamento de um hotel, centro de convenções e edifício comercial dentro da marina terá seguimento?


LL – Sim, estamos aguardando apenas aprovação. Não há previsão porque, apesar de já termos aprovação do Ibama, falta ainda IPHAN e Prefeitura.


MB – A Bahia Marina foi construída ao lado do Solar do Unhão, tombado pelo Patrimônio Histórico e onde aconteceu a primeira edição do Carnaval Náutico. Como você enxerga este tipo de iniciativa?


LL – Acho bom porque traz o público para conhecer um pouco mais do mar e da BTS. Hoje poucas pessoas têm esse acesso e é importante ver a cidade com outro olhar, de fora para dentro.


MB – Ilha Bimbarras. Um paraíso no meio da Baia de Todos os Santos, agora aliado a um arrojado projeto imobiliário capitaneado por vocês. Fale um pouco sobre a sua concepção e expectativa.


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LL – A Ilha de Bimbarras é uma área que temos há algum tempo e estamos fazendo este empreendimento. São apenas 18 lotes com 20 mil metros quadrados de área, cada. Imaginamos que se possa juntar quatro ou cinco amigos ou uma família e construir casas no lotes, como um sitio familiar. É uma área de terreno próprio, onde se terá uma área exclusiva e um destino diferente na BTS. Hoje a maioria das pessoas navegam para Itaparica, Loreto, ou Paraguaçu… Já essa área da Baía de Todos os Santos, a maioria não conhece. É linda e vai até S. Francisco do Conde, com muita beleza a ser desbravada.


MB – Quando não está trabalhando para o mar, como gosta de aproveitar a BTS?

LL – Sempre saindo, conhecendo lugares diferentes e passeando de lancha pela BTS, onde boa parte já conheço, entrando nos rios e canais. Desde a infância sempre curti muito estar no mar. A gente anda de sup, wind, veleiro…Gosto muito da Ilha Bimbarras (Risos)! É um refúgio para a gente, e lugar onde também consigo descansar.


MB – Em 2019 a Bahia Marina comemora 20 anos. Qual a sua análise desta trajetória e as perspectivas a partir de então?


LL – A gente gostaria que fosse um pouco mais rápida essa evolução, sobretudo no que tange a parte de projetos e aprovações. Existe muita burocracia e não há uma definição clara das legislações. Uma autorização às vezes leva mais de dez anos para sair. Temos muita preocupação com as questões ambientais e investimos nisso a cada ano, além de priorizar a capacitação e contratação de mão-de-obra local. Hoje, mais de 1200 pessoas trabalham na marina, entre servidores diretos e indiretos.


MB – O melhor e o pior do mar da Bahia


LL – O melhor é a tranquilidade e as águas limpas. Mas, o pior… Acho sinceramente que aqui é um dos melhores lugares do mundo para se estar no mar. Talvez, o pior seja a quantidade de lixo que vem aumentando ano a ano. As pessoas precisam de educação e conscientização para parar de poluir nossas águas.


MB – No dia 29 de março, Salvador comemora 469 anos. Se pudesse dar um presente para a cidade, o que desejaria?


LL – Desejaria que as pessoas tivessem uma educação melhor e que pudéssemos aproveitar as belezas da cidade e, especialmente da Baia de Todos os Santos.


Fonte: Mar Bahia

Fotos: Mar Bahia/Divulgação

 

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Martine Grael é a primeira brasileira a vencer uma etapa da Volvo Ocean Race

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O barco Team AkzoNobel foi o vencedor da sexta etapa da Volvo Ocean Race 2017-18, no percurso de mais de 6 mil milhas náuticas entre Hong Kong e Auckland, Nova Zelândia. Com a brasileira Martine Grael a bordo, a equipe cruzou a linha de chegada na manhã desta terça-feira (27), após uma disputa milha a milha com o time Sun Hung Kai / Scallywag.

 

O resultado, além de um dos mais apertados de todas as edições do evento, foi histórico para a vela nacional, já que a campeã olímpica da Rio 2016 se tornou a primeira brasileira a vencer uma perna da regata de Volta ao Mundo.

 

“Sentimento incrível de ganhar uma perna em Auckland”, comemorou Martine Grael. “Foi um clima muito de tensão antes da chegada na Nova Zelândia. O vento estava fraco e todos se aproximando por trás, com mais vento, deixando as últimas 24 horas muito tensas”.

 

Martine Grael, também a primeira brasileira a se tornar campeã olímpica, disse que a emoção nas regatas sempre está ao seu lado. A prova que deu à velejadora o ouro olímpico na Rio 2016 na classe 49er FX, ao lado de Kahena Kunze, foi decidida na última boia, com uma ultrapassagem histórica na Baía de Guanabara. Na sexta etapa da Volvo Ocean Race, a história se repetiu, com dois minutos de diferença para o segundo colocado, o Sun Hung Kai / Scallywag.

 

“Eu sempre quis uma chegada monótona e fácil. Mas infelizmente isso não está sendo possível, na Olimpíada e aqui sempre com emoção. Foi um clima muito intenso a bordo nas últimas horas. Agora é comemorar, descansar e preparar para a próxima perna”.

 

A próxima etapa da Volvo Ocean Race terá como destino final o Brasil. Os barcos partem no dia 18 de março de Auckland rumo a Itajaí, Santa Catarina. A etapa vale pontuação dobrada e terá desafios pelos mares do Sul como os limites de gelo, ondas gigantes e ventos fortes. O primeiro a contornar o Cabo Horn ganhará uma pontuação extra.

 

Mais sobre a sexta etapa

A equipe holandesa do AkzoNobel fez o percurso em 20 dias, 9 horas e 17 minutos. Diferença de apenas dois minutos para o segundo colocado. Em terceiro chegou o MAPFRE, 22 minutos depois. A etapa foi uma das mais acirradas da história, com o Dongfeng Race Team e Turn the Tide On Plastic terminando a prova 25 e 27 minutos, respectivamente, atrás do AkzoNobel. O sexto colocado foi o holandês Team Brunel, que terminou a etapa após 1 hora do vencedor.

 

“Foi um match race de 7 mil milhas náutica, algo irreal”, disse o comandante Simeon Tienpont, comandante do AkzoNobel. “Nunca fiz uma regata como essa em toda a minha vida. Sempre tinha alguém a nossa vista”.

 

O segundo colocado valorizou a vitória do AkzoNobel. “Nossa equipe nunca se deu por vencida”, contou o skipper do Scallywag, David Witt. “Dessa vez não deu! Tivemos nossas oportunidades, mas eles foram melhores”.

 

O resultado em Auckland leva o Team AkzoNobel do sexto para o quarto lugar na classificação geral da Volvo Ocean Race 2017-18. A equipe somou sete pontos – mais um extra – e agora tem 23 pontos no total.

 

O bronze na sexta etapa ampliou a vantagem do espanhol MAPFRE na liderança do campeonato (39 pontos). Em segundo está o chinês Dongfeng Race Team, com 34, e em terceiro, o SHK Scallywag, de Hong Kong, com 26 pontos.

 

O barco que velejou mais rápido em 24 horas na sexta etapa foi o Dongfeng Race Team, com 499.71 milhas náuticas percorridas em apenas um dia.

 

Vitórias brasileiras na Volvo Ocean Race

Martine Grael repete o feito do pai, Torben Grael, o primeiro a conquistar uma vitória para o país na Volvo Ocean Race. Na edição 2005-06, o barco Brasil 1 venceu a perna até Rotterdam, na Holanda.

 

“É um sentimento incrível de ganhar uma perna da Volvo Ocean Race, a gente chegou aqui em Auckland, uma cidade muito expressiva com uma cultura forte de vela”, disse Martine Grael.

 

Outros velejadores brasileiros também venceram etapas da Volta ao Mundo, como o próprio Torben Grael com o Ericsson 4 em 2008-09, Joca Signorini (Brasil 1 – Ericson 4 e Telefônica), Horácio Carabelli (Brasil 1 e Ericson 4), André ‘Bochecha’ Fonseca (Brasil 1 e MAPFRE) e Kiko Pelicano (Brasil 1).

Por Maristella Pereira

Fonte: Revista Náutica

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Sete lições sobre a polêmica modalidade do mergulho solo

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A primeira regra do mergulho solo é: não comente sobre o mergulho solo. Muitas operadoras de mergulho adotam uma postura de “você-não-fala-a-gente-não-pergunta” quando se trata dessa modalidade. Elas até sabem que mergulhadores experientes o fazem, mas não podem anuir, pois têm que se cobrir legalmente. E não é sem razão. Muitos mergulhadores não sabem a diferença entre “mergulho solo” e “mergulhar sozinho”. “Realizar um mergulho solo significa que você tomou a decisão de fazê-lo, após ser treinado e certificado para isso. Mergulhar sozinho significa apenas que não conseguiu um parceiro para acompanhá-lo”, afirma Bart Linders, um instrutor de Bonaire, no Caribe, que já viu centenas de casos nas duas modalidades.

A conversa muda de figura, ou melhor, passa a existir, a partir do momento em que o mergulhador apresenta uma carteira — como a do programa de Mergulho Solo da SDI ou de Mergulhador Auto Suficiente da PADI —, provando que foi treinado para a prática segura dessa modalidade do esporte.

 

Lição 1
Só você pode decidir se o mergulho solo é para você.
Pergunte a qualquer fotógrafo submarino e ele dirá que o mergulho solo é inevitável. “Não sou o melhor parceiro para mergulhar”, conta Christian Skauge, um fotógrafo subaquático e editor da revista norueguesa Dykking. “Quando vejo algo interessante, posso ficar o mergulho inteiro focado nela. A maioria das duplas de mergulho se aborrece muito com isso.”

O que faz sentido. Especialmente se o mergulhador está concentrado em fazer alguma foto macro. Devido ao tamanho e configurações dos equipamentos, o melhor parceiro do mundo não conseguiria curtir a foto, mesmo que dividisse a mesma paixão por bocejos de peixes sargaço ou os hábitos alimentares dos moluscos nudibrânquios. “Consigo sentir a aflição até mesmo do melhor parceiro do mundo, quando ficamos muito tempo em suspensão durante uma foto”, diz. E, por causa disso, “acho bem mais fácil mergulhar solo, sem ter que me preocupar com outra coisa a não ser em me concentrar para conseguir tirar boas fotos. Fiz minhas melhores fotografias durante mergulhos solo”.

O resort de mergulho Wakatobi, um dos melhores lugares do mundo para fotografias macro, sabe bem disso. Como a maioria dos clientes vai para lá com o objetivo de fotografar as suas belezas naturais, o resort permite abertamente o mergulho solo, desde que os mergulhadores estejam certificados para a modalidade.

 

Lição 2
No mergulho solo não há pressão nem checagem do parceiro.
O píer Frederiksted, nas Ilhas Virgens Americanas, não poderia ser mais indicado para o mergulho solo: dá para estacionar o carro a poucos metros do local do mergulho, e as profundidades nos melhores picos raramente são superiores a 6 m. E o fato de muitos pescadores frequentarem o píer também significa que sempre haverá algum tipo de suporte. As demais localidades para mergulho na costa da ilha, não são tão protegidas, podendo apresentar fortes maré ou mar batido. Nesses lugares, os mergulhadores têm que decidir por si só se vale a pena descer. No mergulho solo não há pressão nem checagem do parceiro. É sua a responsabilidade de verificar, na noite anterior, a previsão do tempo e avaliar as condições in loco. Depois disso, avaliar suas próprias condições.

“É preciso avaliar seu grau de disposição física, se está cansado ou não. Teve uma semana difícil? Ficou acordado mais do que o normal?” pergunta Jenny Keith, uma instrutora do Blue Dive Center, em St. Croix. “Mergulhar solo significa ter que olhar para a baía e dizer a si mesmo: hoje não está bom, vou ficar fora.” Além disso, ela complementa que, “de tanto supervisionar alunos e mergulhadores em saídas, sei que, quando a situação fica adversa, problemas acabam surgindo. Usa-se mais ar com pouca visibilidade. Nas correntezas, há uma propensão maior à fadiga e às cãibras”. Se, ao chegar na baía Cane e as condições estiverem adversas, cancele o mergulho. Deixe-se seduzir pelas músicas de Jimmy Buffet e pela coqueteleira do barman do Off the Wall, que certamente virá a inspiração para um ótimo “plano B”.

Lição 3
Especialização requer treinamento e perseverança.
Mergulhar sendo levado pela correnteza, como se faz em Cozumel, é perfeito para quem mergulha solo. Raramente todos os participantes de um grupo de mergulho ressurgem ao mesmo tempo. É muito mais comum ver as pessoas determinarem sua própria agenda, estejam mergulhando em dupla ou solo. Por causa disso, os mergulhadores solo devem ter o mesmo treinamento que normalmente é dado ao guia, incluindo lançar a boia de marcação na superfície — o que, surpreendentemente, pouquíssimos mergulhadores fazem certo da primeira vez.

Don Labruzzo, instrutor do Deep Exposure DiveCenter, em Cozumel, diz que “é uma das coisas que os mergulhadores mais se complicam. Se enroscam e conseguem enrolar os cabos em volta dos seus pés, cabeça, até no nariz!”. E é algo tão importante para se aprender quanto trocar de tanque. “Mergulhar solo pode ser considerado uma introdução ao mergulho técnico”, de acordo com Don. Os mergulhadores técnicos, mesmo quando em dupla, levam uma máscara extra e um computador redundante. Qualquer coisa importante tem que ter redundância, por precaução. Nessa mesma linha, mergulhadores solo levam uma garrafa extra, carregada normalmente do lado esquerdo. Na teoria, trocar o tanque não soa muito difícil. “Mas o que é a primeira coisa que as pessoas fazem quando eles mesmos procedem com a operação?”, pergunta Don. “Qualquer pessoa segura a respiração durante a execução de uma tarefa extenuante. Trocar de tanque está longe de ser extenuante, mas muitos a percebem como tal. As pessoas têm imensa dificuldade em fazer isso sem ascender ou descender. Ganham flutuabilidade e depois sobrerreagem, afundando demais. Tenho que insistir para que façam isso com 25% da velocidade que o fariam normalmente.” E isso, assim como lançar a boia, requer prática. Don complementa que “as pessoas se surpreendem com a dificuldade das coisas mais simples”.

 

Lição 4
Esteja pronto para consertar o que der errado.
Há um motivo pelo qual Bonaire, essa ilha na costa da Venezuela, se declara o país do mergulho livre total. Claro que parte disso se deve ao fato de que lá a costa permite que se mergulhe 24 horas por dia, sete dias por semana, mas também pelo fato de o mergulho solo ser amplamente aceito e abertamente discutido. “Na realidade, promovemos bastante o mergulho solo por nossas águas”, conta o instrutor de mergulho solo do Buddy Dive Resort, Bart Linders. “Nossa ilha é especialmente adequada para a prática, já que há inúmeros pontos de saída para mergulho localizados diretamente na costa e uma infinidade de escolhas quanto ao grau de facilidade dos mesmos”, diz. Quanto mais fácil o mergulho, mais relaxado e pronto o mergulhador estará em caso de surgir algum problema — o que certamente ocorrerá. Bart prossegue: “Você tem que estar preparado para a miríade de problemas que podem ocorrer”. É alça da nadadeira que se solta ou a máscara que se perde. “Toda vez que mergulha com um parceiro, existe sempre outra alternativa. Mas quando estiver solo e perder a máscara, você tem de se sentir confortável em procurá-la sem ajuda. Em nosso treinamento, peço para os alunos nadarem um tempinho sem a máscara, por exemplo. é necessário desenvolver um maior grau de confiança para lidar com falhas de equipamentos.” Além disso, complementa, “o treinamento ajuda o mergulhador a ficar mais tranquilo. Porque tranquilidade e calma são as chaves para encontrar a melhor solução para cada problema”. É tudo uma questão de preparo. Bart sustenta que , “no fim, são os pequenos e simples detalhes que fazem a grande diferença”.

Lição 5
A solidão na natureza tem suas compensações e torna o risco mais palatável.
Mergulhar nada mais é do que passear submerso através de florestas de algas, corais e anêmonas-leque. Como uma caminhada na natureza. E a maioria de nós não pensaria duas vezes antes de fazer uma caminhada sozinho. Os extrovertidos desejariam ter alguém com quem conversar e comemorar ao chegar em algum lugar idílico, tal como o cume de uma montanha com sua vista esplêndida. Mas as recompensas são maiores do que qualquer bate-papo, que no caso do mergulho, nem mesmo é possível.

Para aqueles que curtem descomprimir do estresse diário estando sozinhos, o mergulho solo pode ser uma boa opção. “Quando mergulho solo, nado mais devagar e curto mais do que se estivesse com um parceiro”, afirma Max Monsanto, instrutor da Amigos Dive Shop, em Ambergis, Belize. Na ilha, não há a possibilidade de se fazer mergulhos a partir da costa, mas a Amigos aceita mergulhadores solo certificados a bordo de suas embarcações. A maioria dos mergulhos em Belize ocorre dentro de longos cânions, cuja conformação geográfica facilita a navegação.

“Quando estou com mais mergulhadores, fico sempre preocupado com o grupo, o que estão vendo, o que estão fazendo. Mas, quando estou solo, a minha mente desacelera e posso aproveitar e examinar cuidadosamente locais em que acredito vá achar vida marinha interessante.” Estando só, a procura de criaturas pode ser uma forma de meditação. “Quando se está solo, usa-se muito mais os sentidos, o que, para mim, aumenta bastante o prazer de mergulhar”, conta Max. E quando aquelas arraias gigantes passam por cima, a sensação é equivalente à vista do cume daquele passeio imaginário.

 

Lição 6
Mantenha a calma e continue o mergulho.
Na costa leste da Flórida, onde o Atlântico, com a sua mão pesada, faz com que quase todo mergulho seja de correnteza, o planejamento não difere muito se ele for solo. Operadoras como a Horizon Divers, em Key Largo, estão acostumadas a recolher tanto duplas quanto mergulhadores solo quando sobem à superfície.

No entanto, quando se trata de mergulhar em naufrágios, o protocolo muda. Como o barco da operadora normalmente fica apoitado nos destroços, sejam eles do USS Spiegel, o USCGC Duane ou o USCGC Bibb, caso você seja expelido por alguma forte correnteza e suba à superfície longe do barco de apoio, terá de esperar o resgate do resto da turma, antes que venham ao seu encontro. “Quando se está em dupla, um pode acalmar o outro”, conta Dan Dawson, proprietário da Horizon Divers. “Se acontecer com alguém que esteja solo, será necessário ter mais autocontrole. Quando se está só, tudo fica mais assustador… fica parecendo que não vêm nos resgatar.”

Esse tipo de situação é abordada durante o treinamento. Um mergulhador que é expelido de um naufrágio começa a agir rapidamente assim que se dá conta do que aconteceu. “No fundo, é tudo uma questão de percepção da situação”, conta Dan. “Se o mergulhador fica muito concentrado no meio ambiente e se esquece de perceber a sua situação, em um instante pode se ver em maus lençóis. E fica ainda mais complicado se não souber reagir da forma correta. Se um mergulhador for expelido dos destroços e decidir esperar até que chegue à superfície para lançar sua boia, a correnteza pode tê-lo arrastado a até 500 m do barco de apoio, tornando muito mais difícil localizá-lo”, ensina Dan. O correto é lançar a sua boia imediatamente, utilizando-a inclusive para levá-lo à superfície. Isso lhe traz tranquilidade adicional. E torna muito mais simples seu resgate pelo apoio. Na verdade, “só quando o barco de apoio está vindo em sua direção, que o mergulhador se sente aliviado”, complementa Dan.

Lição 7
O pico de adrenalina promovido pelo mergulho solo bem pode compensar o risco.
Para cada mergulhador que adota o mergulho solo pelos seus efeitos relaxantes, há um que curte esse tipo de aventura porque aumenta o seu fluxo de adrenalina. A Mike Ball Dive Expeditions dá cursos de mergulho solo desde 1997, mais de uma década antes da SDI introduzir o seu próprio curso.

O proprietário da operadora, Mike Ball, decidiu ministrar esse tipo de aula por sentir que, entre os mergulhadores experientes, havia uma boa demanda. Ele sustenta que a maioria dos mergulhadores experientes aprendem a confiar mais em seus instintos quando mergulham sem um parceiro, similar ao que acontece quando se viaja por terras desconhecidas sozinho. “Quando caminhamos em uma vizinhança diferente, conhecida por ser menos segura, o nível de atenção sobe e é bem provável que atravessemos uma rua com muito mais discrição”, afirma. A sensação de explorar os limites pode contribuir para a diversão de alguns. “Em uma ocasião em que mergulhava nas proximidades do Wheeler Reef”, conta Mike, “de repente notei uma grande quantidade de barracudas.Diminui o ritmo e discretamente chequei os controles da minha câmera. E, na sequência, me vi no meio de um barril vertical de barracudas. Não só tive a certeza de que isso certamente não teria acontecido se estivesse mergulhando com um parceiro, como apreciei o estado de excitação em que fiquei por estar só naquele momento.”
Fonte: Revista Mariner
Foto: Beth Watson

 

Após enfrentar tempestade, navegador Aleixo Belov chega a Bali

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Enquanto os turistas e soteropolitanos estavam curtindo o Carnaval da capital baiana, Aleixo Belov passou a folia bem longe do agito, lá no Oceano Pacífico. O comandante atracou em Bali, na Indonésia, onde está descansando e fazendo a manutenção do barco, após enfrentar um trecho de tempestade em alto mar.

“Pegamos ventos com mais 50 nós e muita chuva, o que resultou no estrago de alguns equipamentos, como rasgos em algumas velas do Fraternidade. Os próximos dias serão para repor as energias e, depois, seguir a viagem de retorno ao Brasil”, relatou o ucraniano, que ficou conhecido na década de 80 como ‘navegador solitário’, por ser o primeiro brasileiro a dar a volta ao mundo sozinho em um veleiro. Clique aqui para assistir o relato de Belov.

Bali

 

Fonte: Revista Náutica

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Festa no mar reúne 150 lanchas na Ilha Bimbarras

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A terceira edição do Flotilha’s Day, um dos maiores encontros de lanchas da Bahia, aconteceu neste sábado (20/01) e reuniu 150 embarcações, totalizando cerca de 800 pessoas, entusiastas do mar e da navegação, em uma bonita festa coroada com um dos mais belos dias de verão. O evento foi celebrado pelos cantores Ju Moraes, Jau, Daniel Vieira e o DJ Rafa Gouveia que animaram o público com os ritmos que passearam pelo samba, sertanejo, axé e a música eletrônica.

 

Promovido pela associação Flotilha Lanchas Bahia, a festa no mar começou às 11h e seguiu até o pôr do sol, na paradisíaca Ilha Bimbarras, que fica próxima a Ilha de Loreto, na Baía De Todos os Santos.

 

De acordo com o presidente da Flotilha, Darlan Ribeiro, o evento sem fins lucrativos terá toda a renda arrecadada revertida para uma instituição de caridade.

 

O Flotilha da Bahia começou de forma despretensiosa, como um grupo no Whatsapp e hoje consegue reunir multidões de gente bonita, de diversas idades, proprietários de embarcações de todos os tipos e tamanhos, em encontros quase obrigatórios nas águas da Baía de Todos os Santos.

 

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Bahia de todos os Saveiros

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Os saveiros tiveram séculos de reinado nas águas do litoral nordestino brasileiro, principalmente na Bahia. Mas toda a importância histórica dessas embarcações ameaça naufragar junto com os poucos exemplares que ainda restam. Você já ouviu falar de saveiros? Talvez, para a maioria dos leitores, a primeira imagem que vem à mente é de uma picape de pequeno porte que anda pelas ruas brasileiras, correto? Mas saibam que o nome dado a esse veículo remete às embarcações a vela construídas há séculos e que tiveram extrema importância para a história do nosso país. Antes das estradas cortarem o interior do Brasil, antes da proclamação da nossa independência, os saveiros já transportavam cerâmica, frutas, farinha, açúcar, munição, peixes, móveis, animais e pessoas entre as ilhas, portos e praias da Bahia.

 

Embarcações no Brasil Colonial

 

Em 1549, Salvador foi nomeada a primeira capital brasileira. Pouco tempo depois, a região se desenvolveu na construção de embarcações graças à fartura de madeira encontrada aqui.

 

Ao longo dos séculos, vários tipos de embarcações navegavam nas águas do litoral baiano. Havia as naus (de maior porte), as corvetas (que defendiam a costa), as sumacas (que faziam rotas transatlânticas), as barcas (que transportavam açúcar para os outros portos do Brasil), as canoas e jangadas (bastante parecidas com as atuais) e, por fim, os saveiros.

 

Considerado o mais brasileiro dos barcos, não se sabe uma data certa de sua criação, mas há registros de que desde o início do século 18 já havia muitos exemplares nas águas. Há dúvidas também quanto a sua origem: alguns estudiosos dizem que seria de tradição mediterrânea, enquanto outros entendem que os barcos vieram da Índia, ou ainda mais antigos, do Egito Antigo ou China milenar. O certo é que eles passaram por Portugal, onde sofreram adaptações, e foram usados na pesca do savel, peixe encontrado no mar do Norte. Daí veio o nome “Saveiro”.

 

O desenho é baseado nos caravelões da costa, uma versão reduzida das caravelas. Não seria exagero colocar os saveiros entre os principais cartões postais da Bahia. O Mercado Modelo recebia dezenas dessas embarcações em sua rampa, comprovando sua importância comercial para o desenvolvimento da região. Todo transporte de pessoas e mercadorias entre Salvador e as cidades do Recôncavo Baiano era feito por eles.

 

A exploração do petróleo, a partir da década de 50, decretou o lento e triste fim dos saveiros. A implantação de redes de estradas asfaltadas e pontes que ligam as ilhas ao continente possibilitou o transporte mais rápido e de menor custo. Também a aparição de transportes mais modernos, como o ferry-boat, acelerou o desaparecimento dos saveiros da paisagem baiana.

 

Os caminhões, além de mais rápidos, deixavam as mercadorias na porta do comprador. Já o saveiro dependia, às vezes, de outro frete que as levasse do porto ao seu destino.

 

À beira da extinção

 

Parece que a rica história não foi suficiente para a preservação dos saveiros na região baiana. Dos quase 2 mil exemplares nos tempos áureos, hoje restam menos de vinte em atividade, lutando diariamente para serem notados.

 

Com a falta de manutenção, os locais nos quais os barcos ficavam atracados transformaram-se em verdadeiros cemitérios de saveiros. Alguns foram adaptados para barcos de recreio por iatistas do litoral sul, dando origem às escunas. Outros sobrevivem precariamente, transportando alimentos e até material de construção.

 

Os saveiristas e canoeiros são marinheiros natos. Vivem no mar desde crianças e se dedicam por toda a vida à profissão. Eles detêm o conhecimento da fabricação e manutenção dos saveiros. No entanto, as novas gerações parecem não se interessar pelo assunto e, se nada for feito, os saberes morrerão com seus mestres.

 

Para não deixar naufragar uma parte do Brasil, a Associação Viva Saveiro luta para manter viva a chama dessas embarcações através da preservação dos modelos existentes e restauro de saveiros, com o objetivo de devolvê-lo ao seu habitat natural: o mar.

 

A associação é formada por velejadores e admiradores que desenvolvem atividades para transmitir a história dos barcos, além de resgatar a autoestima de saveiristas, pescadores, artesãos e comerciantes que, de alguma forma, já utilizaram saveiros como um sustento. Ao longo do ano, eles organizam eventos como exposições de arte, ações de saúde, passeios turísticos e educativos, além de participar de licitações públicas com o objetivo de captar recursos para promover a recuperação de todos os exemplares que restam.

 

A união entre órgãos governamentais e entidades civis, com apoio de mídias, Marinha do Brasil, IPHAN, IPAC, Secretaria de Turismo da Bahia, entre outros, vem conseguindo, aos poucos, resgatar esse pedaço da história do país.

 

Uma obra de arte

 

Durante séculos, os responsáveis pela construção dos saveiros não utilizavam projetos complexos ou plantas com inúmeros cálculos como a maioria dos engenheiros navais. A única base de pesquisa era o graminho, um pedaço de madeira com as medidas essenciais do barco. Esse instrumento de carpintaria foi trazido da Índia pelos portugueses e garantia marcação e corte precisos. Nessa pequena tábua, riscada em várias direções, estão registradas medidas, tamanhos, espessuras, curvas etc., sempre em proporções. Mas o trabalho de construir não era nada fácil. Somente um artista era capaz de fazê-lo.

 

Graminho

 

O arquiteto baiano Lev Smarcevski foi pesquisar as origens do graminho e reuniu um rico material de pesquisa no livro “Graminho, a Alma do Saveiro”, de 1996. Entre as principais curiosidades, descobriu que o objeto pode ter nascido na construção civil há mais de 5 mil anos.

 

Sendo uma espécie de planta resumida, o graminho traz mais de trinta parâmetros. Alguns são:

 

– Largura máxima 

Precisa ser igual a 1/3 do resultado obtido para o comprimento. Ou seja: a medida maior do graminho multiplicada por 50 e dividida por três.

 

– Comprimento

Deve ter 50 vezes a medida maior do graminho, o que dá cerca de 20 metros. Com tábuas de medidas diferentes variava-se o tamanho dos barcos, mas a proporção era mantida.

 

– Quilha

A quilha deve ter 75% do comprimento e o graminho corresponde, precisamente, a um corte transversal da madeira usada para a peça.

 

– Mastros

Para barcos de carga, com velas quadrangulares, os mastros devem ter comprimento igual ao do barco e/ou da quilha, dependendo do número de mastros.

 

– Cobertura

As tábuas do casco, convés e cabine devem ter largura igual a 1/4 do graminho.

 

– Costelas

A espessura da madeira usada para fazer as costelas (cavernas) do barco e as vigas que atravessam o convés equivale à metade do graminho.

 

– Reforços

As tábuas que correm da popa à proa, logo abaixo das bordas do convés, devem ter largura igual a 3/4 do graminho.

 

– Capacidade de carga

O comprimento do barco deveria ser dividido por dois para indicar a quantidade de carga que ele poderia carregar, em tonéis.

 

– Velas

A altura das quadrangulares deve ser 30% menor que a do mastro. O lado superior teria a metade desse comprimento e o de baixo, metade mais um terço.

 

E de pensar que os saveiros já serviram de inspiração e foram tema de canções de Dorival Caymmi, fotografados por Pierre Verger e escritos nas linhas de Jorge Amado. Vida longa aos saveiros da Bahia!

 

Por Leandro Portes

Fotos Nilton Souza

 

Saiba mais: 

Associação Viva Saveiro
R. Alm. Marques de Leão 319 sl. 210 – Barra
CEP 40.140-230 – Salvador – BA
www.vivasaveiro.org

info@vivasaveiro.org

www.facebook.com/VivaSaveiro

twitter.com/vivasaveiro

 

Fonte: Revista Boat Shopping

http://www.boatshopping.com.br/boat/boat-shopping/bahia-de-todos-os-saveiros/

Projeto-RH399-é-lançado-pela-Royal-Huisman-e-nomeado-Aquarius-boatshopping-4-1024x576

Projeto RH399 é lançado pela Royal Huisman e nomeado Aquarius

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O Projeto RH399, veleiro clássico de 56 metros, foi lançado pela Royal Huisman e nomeado Aquarius. Vendido em dezembro de 2014 e projetado pela Dykstra Naval Architects, ele foi projetado para um casal americano e seu briefing pedia um veleiro igualmente adequado para regatas e cruzeiro familiar pelo mundo.

 

Falando no início deste ano, o designer de interiores Mark Whiteley revelou: “O briefing pediu uma descontraída casa flutuante para a família e os amigos do proprietário e, além de uma cabine master de nível dividido, o alojamento inclui um salão de grande porte , três cabines de hóspedes com banheiro, uma sala de mídia e até mesmo uma academia de totalmente equipada.

 

“Uma cabine servirá como um quarto com beliche para a extensa família do proprietário, com camas de solteiro que podem se converter em uma de casal de tamanho Queen com um conjunto de camas Pullman. A academia também terá uma Pullman opcional.” Como resultado, O Projeto RH399 acomodará até oito convidados e 11 tripulantes.

 

Whiteley explicou que o interior complementaria muito o aspecto clássico do formato do casco, com painéis pintados de branco.

 

Thys Nikkels, da Dykstra Naval Architects, acrescentou: “O briefing do proprietário foi para um veleiro para o prazer da família. Criamos um casco esbelto com longas saliências e de aparência clássica, com características favoráveis de manutenção no mar que são ideais para o cruzeiro pelo mundo”.

 

O projeto RH399 levará um tender de 6,2 metros e terá uma grande plataforma de embarque lateral de 3 metros. Seus timões estarão bem conectados a uma grande área de cockpit principal sombreada, que em si é adjacente a um salão ainda maior com borda de vidro.

 

Após a entrega, o Projeto RH399 Aquarius e seus novos proprietários irão para as ilhas Windward e Leeward para seu primeiro cruzeiro.

 

Fonte: Revista Boat Shopping