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Como diagnosticar e reparar vibrações do eixo em barcos com motor de centro

18 de julho de 2018 Mundo Náutico

Você tem certeza de que não bateu no fundo, mas, de repente, as travas dos paineiros começam a chacoalhar e fazer um barulhinho chato, e um formigamento sobe pelas suas canelas até atingir sua espinha. Jeff Fay, proprietário do estaleiro de manutenção Fay’s Boat Yard, localizado em New Hampshire (EUA), explica como detectar e consertar as vibrações dos eixos em lanchas com motores de centro.

 

Em primeiro lugar, dedique alguns momentos ao hélice. Um pedaço de pau flutuando na superfície pode entortar a pá sem que hajam sinais visíveis em sua superfície. Depois, verifique o eixo. “Se uma pá de um hélice entortou por algum motivo, a chance de o eixo também estar torto é bastante boa”, diz Jeff. Utilize um micrômetro firmemente preso ao casco para verificar a variação do eixo na ponta. Se ao girar o eixo a variação no micrômetro for maior do que 5 centésimos de milímetro, o mesmo terá de ser retificado. Uma medição no meio do eixo não deverá passar de 12 centésimos de milímetro.

 

Normalmente, o pé de galinha não se desalinha a não ser que o barco encalhe com brutalidade, mas as buchas em seu interior podem se desgastar, especialmente se linha de pesca se enroscar entre o eixo e sua porção central emborrachada. Aplique esforço lateral no eixo, perto da bucha. Caso haja algum movimento perceptível, pode ser aí a fonte das vibrações.

 

O próximo passo é examinar a casa de máquinas. “Se tiver algo quebrado, geralmente dá na cara, fica bem aparente”, explica Jeff. Compare os suportes e coxins dos motores de boreste e bombordo, pois pode ser que um deles esteja rachado ou até quebrado. Verifique também a longarina de apoio dos motores, se está bem firme, pois não é raro ter apodrecido por dentro.

 

Se todos esses componentes estiverem em ordem, dê uma segunda verificada com o auxílio de um ajudante. De acordo com Jeff, “às vezes a madeira por dentro de longarinas de fibra de vidro apodrece.

 

Mesmo que aparentem solidez, e que o motor pareça estar firme, quando é aplicada pressão os suportes dos coxins podem ceder, dando origem a vibrações”. Quando os suportes forem presos com parafusos autoatarraxantes (infelizmente uma prática comum), verifique se os mesmos estão dando aperto. Se não, é hora de chamar um especialista em compósitos.

 

1º Passo 
Problemas com os coxins nem sempre são fáceis de detectar. “Os coxins possuem insertos de borracha que se deterioram com o tempo”, informa Jeff. “Desconecte o eixo do motor e observe as flanges”. Se um coxim estiver deteriorado, o motor abaixa no canto onde ele está montado. Por exemplo, se as flanges estiverem mais afastadas, digamos na parte superior a boreste (às 14h00, com a flange vista pela popa) e sem  folga na parte inferior a bombordo (às 20h00), muito provavelmente o coxim frontal de bombordo está comprometido. Além disso, coxins podem ser ajustados, garantindo que o motor esteja alinhado com o eixo do barco e o de propulsão.

 

2º Passo 
Os coxins também possuem regulagem de altura por meio de um eixo com rosca, que transpassa o suporte fixado no bloco do motor e é suportado por porcas e arruelas. Girar essas porcas permite ajustar a altura do motor.

 

3º Passo 
Contraporcas por cima das porcas de ajuste ou usar porcas travantes garantem que o motor permaneça alinhado.

 

Fonte: Revista Mariner