A Recife Marina e Bahia Marina, atarem navegadores para o Nordeste.
Recife Marina vai suprir demanda por vagas para grandes embarcações
A crescente oferta de infraestrutura náutica no Nordeste tem contribuído para o aumento nas vendas de embarcações para a região. O setor como um todo movimentou R$ 2,5 bilhões em 2022, alta de 25% sobre o ano anterior, segundo a Acobar (Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos). Mais 15 mil vagas foram abertas, atingindo 100 mil postos de trabalho no país.
Na região, a Bahia lidera o mercado. O estaleiro Armatti Yachts, de Santa Catarina, especializado na construção de embarcações premium entre 30 e 52 pés, informa alta de 30% na aquisição de seus barcos por clientes no litoral baiano no primeiro semestre deste ano em relação ao anterior, especialmente para modelos acima de 40 pés, que custam mais de R$ 4,5 milhões.
Fernando Assinato, CEO do Armatti Yachts, disse, porém, que embora a Bahia lidere em vendas, Pernambuco oferece enorme potencial com o início das operações do complexo do Novotel Recife Marina, em 2024, que reúne hotel, marina e centro de convenções.
O complexo é de responsabilidade da Incorporadora Porto Novo Recife, um consórcio entre as empresas pernambucanas Maxxima Empreendimentos, GL Empreendimentos, Excelsior Seguros e Hima Participações.
Navegador europeu
A Recife Marina tende a ser uma âncora para atrair o navegador europeu. Recentemente, o consórcio firmou convênio com a Marina de Cascais, em Portugal, para implantar um sistema de operação semelhante ao desta, considerada uma das melhores da Europa.
“A marina portuguesa indicará seus clientes para nós. São pessoas que mandam barcos para o Caribe. Esses barcos passam ao largo de nossa costa e poderão contar com nossa estrutura, que terá custo mais barato que o caribenho. Assim, a tendência é que esses barcos que hoje estão lá, passem a ficar guardados aqui”, explica Romero Maranhão Filho, que representa a Maxxima no consórcio. Segundo ele, ao largo da costa pernambucana cerca de 1500 barcos transitam todos os anos.
A Recife Marina tem classe internacional e capacidade média de atracação de até 200 barcos. A sua localização, na área mais central da costa pernambucana, contou com consultoria do navegador e escritor Amir Klink.
Marina com inovações
O novo espaço para embarcações conta com tecnologia da empresa espanhola M3 Marinas, sediada em Barcelona. Os píeres flutuantes acompanham o nível das marés, facilitando acesso às embarcações.
A marina recifense traz inovações. Uma delas são as passarelas transversais, que permitirão acesso aos barcos pela lateral ou pela popa, facilitando o seu abastecimento. Para cada embarcação será disponibilizado totem com água e energia.
A outra novidade são as plataformas (ou docas) flutuantes, de material plástico rotomoldado. Essas estruturas importadas permitem retirar da água jet skis e lanchas pequenas para que possam receber limpeza e serem guardados em locais secos. Há um consenso de que a chegada da Recife Marina vai suprir a carência por vagas no mercado pernambucano, principalmente as secas.
Recife Marina tende a atrair tanto europeu quanto o morador do Sul e Sudeste do Brasil/Foto: Diogo Duarte
“O Nordeste está descobrindo a náutica de luxo. Mas a região carece de investimentos para barcos maiores, acima de 46 pés. No entanto vemos que começam a surgir estruturas de marinas, como a Bahia Marina, a exemplo dessa do Novotel, que recebe barcos grandes, que não podem ser guardados em áreas secas e precisam ficar ancorados”, disse Fernando Assinato, CEO do Armatti Yachts.
Segundo Assinato, um outro público tende a frequentar esses novos espaços náuticos: o morador do Sul e Sudeste. “Tenho um cliente que vive em Campinas (SP) e deixa sua lancha na Bahia Marina, porque para ele é mais rápido chegar de avião a Bahia do que de carro ao litoral paulista. Mas para isso se tornar tendência, é preciso investimentos em infraestrutura”, ressalta o CEO.
Fonte: Portal Movimento Econômico
Texto: Patricia Raposo
Foto: Diogo Duarte